Vamos refrescar a memória do meu querido amigo:
Em terras tupiniquins...
No Brasil, faça sol ou faça chuva tudo funciona. Véspera de Natal: tudo aberto; Véspera de Ano Novo: tudo aberto. Feriado: boa parte dos estabelecimentos estão abertos (como restaurantes, padarias, supermercados e farmácias). Lojas, escritórios e afins fecham, normal. Sábado e Domingo: praticamente TUDO aberto. Fora isso, rola o 24h. Muita coisa funciona 24h por dia: farmácias, supermercados, padarias, lanchonetes, posto de gasolina. Pelo menos em São Paulo é assim, a cidade não dorme... NUNCA.
Na terrinha do bacalhau de bigode...
Em Portugal as coisas são “um pouco” diferentes. Em Coimbra, por exemplo, se você precisar de uma farmácia durante o fim de semana prepare-se para rodar a cidade toda até achar a dita cuja que está de plantão. No Porto, o hospital que fica na frente da casa desse meu amigo fecha aos domingos, porque ninguém tem o direito de passar mal no domingo... VAI MORRER PRA LÁ, como dizem uns e outros por aí. Além dessas bizarrices, é fato que por aqui tudo fecha para almoço (quando não para a sesta, aquele famoso cochilo após encher a pança). O açougue fecha para o almoço, os escritórios fecham para almoço, as lojas fecham para almoço, a PQP da loja da VODAFONE fecha para almoço. Agora, penso eu, em que momento da vida as pessoas que trabalham o dia toda resolvem suas pendências se está tudo fechado no horário do intervalinho universal do expediente: o horário de almoço?! Eis o mistério da fé!
Diante destes fatos, coloco em questão: quem é mais merecedor de umas semaninhas de férias, o brasileiro ou o português?!
Tenho certeza que seria maravilhoso para o brasileiro que rala todo dia poder usufruir de umas férias coletivas. A minha mãe, por exemplo, cada vez que sai de férias, surta quando volta ao trabalho de tantos “pepinos” que brotaram durante a sua ausência.
Apesar da imensa qualidade de vida que essas tais feriazinhas coletivas de verão proporcionam, seria bom para o português aposentar por uns tempos tal hábito. Um país que está na crise em que está, chegar agosto, fazer as malas e largar tudo para curtir umas férias no Algarve é no mínimo irresponsabilidade ou até mesmo alienação.
Guardar as economias do ano inteiro embaixo do colchão para depois torrar tudo em alguns dias no lugar mais exuberante (pela beleza e pelo preço) de Portugal não é a melhor solução para sair da crise. Talvez seja apenas para fugir dela... não?
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