quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O jeitinho brasileiro é português!

Em um ano de vivência aqui na terrinha, cheguei a esta conclusão: o jeitinho brasileiro é português!
Eu sei que eu não sou a com mais moral para falar sobre isso, já que na turma da faculdade eu era, por vezes, alcovitada de “garota-gambiarra” pelo meu jeito despachado e “despojado” de resolver as coisas, mas a conclusão é inevitável: o nosso “arresórvi na gambiarra” é herança lusitana.
Como eu cheguei a essa conclusão
Foi em um dia comum, na minha esplendorosa casa portuguesa, que a ideia veio na minha cabeça. Eu tinha acabado de chegar de viagem e percebi que a porta do congelador daqui de casa não fechava a porta. Comuniquei às meninas que moram comigo: “gente, vocês viram que a porta do congelador não está fechando?!” Uma delas foi comigo averiguar a situação. Ela olhou para a porta do congelador, olhou para o frasco tamanho família de amaciante que se encontrava no chão e simplesmente encostou a embalagem de sei lá quantos litros (juro, as embalagens de amaciante aqui são inesgotáveis!) na porta do congelador, olhou para mim e disse: “pronto, já está!”. Eu fiquei embasbacada, juro! Genial, pensei!!! (minha mãe que não leia isso!)
Outros episódios...
Desse dia em diante comecei analisar como o famoso jeitinho brasileiro está presente no cotidiano português. Só aqui em casa ele aparece quase que em todos os cômodos:
- Na porta de entrada, que um dia não fecha, outro dia não abre. Eu chamo o senhorio para consertar, mas tudo que ele faz é dar um jeitinho: aperta um parafuso de cá, dá uma batidinha de lá, chacoalha a coitada da porta que já está em frangalhos, mexe dali, mexe daqui e pronto: já está! Semana sim, semana não o senhorio volta para dar o ar da sua graça e do seu jeitinho de “consertar” a porta!
- As lâmpadas que queimam: uma vez a lâmpada da cozinha queimou e NADA de ninguém trocar, afinal era uma lâmpada especial que merecia cuidados especiais, o que definitivamente não é comigo. Então o que foi que eu e meu ex-companheiro de casa fizemos?! Colocamos um abajur na cozinha! Super tendência aqui na Europa, aprende aí você que está decorando a sua casa!
Meu Deus!!! Como eu nunca pensei nisso para resolver o problema do meu quarto que não tem luz no teto! Gênio!!!
- Outro jeitinho para lá de especial é a vara de pescar roupas, propriedade exclusiva da minha casa portuguesa. O pessoal daqui do prédio, inclusive daqui de casa (eu me incluo nessa) tem um talento especial para derrubar roupas e acessórios (sim, acessórios!) pela janela. Pensando nisso, eu e meu ex-companheiro de casa confeccionamos a vara de pescar roupas: emendamos um cabo de vassoura no cabo do rodo, o cabo do rodo no cabo da pá de lixo e um pedaço de arame na ponta disso tudo. Na outra extremidade, amarramos um pedaço de fio de varal e pronto! Já está! A nossa belíssima e funcional vara de pesca!!! Da criação para cá ela já sofreu algumas alterações, mas sem perder seu jeitinho gambiarra de ser!
A Ryanair é adepta do jeitinho
Fora de casa, o episódio que para mim consagrou o jeitinho gambiarra português aconteceu num vôo da Ryanair. Como todo mundo sabe, o vôoda Ryanair é aquela feira linda de Deus! Eles vendem e servem de tudo. Numa dessas, o aeromoço vendeu um jantar para um casal: o prato era frango com chilli se eu não me engano. Quando foi servir, o rapaz-Ryanair lembrou-se de um pequeno detalhe: não havia talheres para o casal comer o tal do frango! Pasmem com a solução: pauzinhos de mexer o café! Isso mesmo!!! O casal comeu o frango que nem japonês, rapaz!!! Na pegada dos palitinhos!!! Eu tiro o chapéu para o aeromoço, que foi, no mínino, criativo, para não dizer cara-de-pau!
E você?
Eu poderia enumerar um zilhão de gambiarras que eu já vi por aqui, mas vou deixar essa tarefa para você leitor... Bota a cabecinha para pensar e conta para mim como o jeitinho luso-brasileiro já deu o ar da graça para você. Para os que não têm experiências na terrinha, analisem e me digam se o jeitinho brasileiro é ou não é herança portuguesa!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Busão na Europa é qualidade de vida!

Nunca pensei que um dia fosse falar isso, mas realmente tenho que dar o braço a torcer: viajar de ônibus pode ser sim uma excelente e confotável opção.
Todo mundo fala em viajar de trem pela Europa. Entretanto, na minha última viagem descobri que se deslocar no nosso já conhecido busão tem lá suas vantagens. Acompanhe...

Eu fiz a seguinte rota rodoviária: Munique (Alemanha) - Praga (República Tcheca) - Berlim (Alemanha).
Cada trecho durou em média 5 horas, cerca de uma hora a mais do que duraria a viagem de trem; um pequeno contra perante tantos prós. Se liga só:

- Na viagem de ônibus, pelo menos pela Eurolines, você escolhe o seu assento. Eu por exemplo, como sou muito espaçosa, escolhi quatro, e vim esticadona capotada lá no fundão do busão. Muito phyna!
- No bus, ao contrário do trem, ninguém vem te acordar no seu sono mais profundo para conferir seu bilhete. O motorista já fez isso, logo quando vc entrou.
- A viagem não tem parada. Vai que vai direto e reto. o que sempre é uma vantagem.
- No autocarro (esse é para você português que está lendo meu blog) da Eurolines, os bancos tem rádio acoplado nos bancos (se vc não tiver um fone de ouvido, bastar solicitar o seu ao motorista), são oferecidos água, revistas e jornais e o melhor de tudo: internet free! Ah, como eu AMO a modernidade!!! (Nessas horas fico pensando se o Expresso de Prata já deu esse passo em direção ao futuro...).
- Mas o TOP TOP aqui vai para outro quesito: preço!!! A passagem de Praga para Munique saiu pela bagatela de 9 euros. Praga-Berlim, saiu um pouquinho mais "caro", 10,50 euros. Para se ter comparativo, a tarifa promocional de trem sairia no mínimo 30 euros. Acho que agora deu para entender a qualidade de vida, não?!


Então aí vai a minha dica. Antes de viajar, acesse www.eurolines.com e compare os valores das passagens (o site dos trens na Alemanha é http://www.deutschebahn.com). Depois é mochila nas costas e boa viagem!


Observação: não estou ganhando nenhuma comissão da Eurolines por esse post (mas bem que poderia, viu?!).