quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Espírito universitário é universal!

A minha recente conclusão é exatamente esta: espírito/comportamento universitário é universal. Ontem, terça-feira, 26 de outubro, rolou aqui em Coimbra o cortejo da Latada. A Latada é um festival tradicional daqui: tem shows (inclusive fui no show do Mika segunda! Meu primeiro show internacional fora do Brasil – e não é redundância, rs!), apresentações de grupos meio que folclóricos, barraquinhas das “atléticas”, comida, bebida... enfim... é um festival. O cortejo da Latada é um percurso que os calouros da Universidade de Coimbra fazem pela cidade. O destino final é o batizado, que acontece nas águas frias e sujas (cristalíssimo em comparação ao Tietê, diga-se de passagem) do rio Mondego. Eca! Mas não é simplesmente uma passeada, é uma coisa louca! Os calouros tem de se vestir de forma ridícula, e os veteranos, vulgos Harry Potters, fazem os tais bixinhos pedirem dinheiro pelo percurso (o que me lembra nossos famosos pedágios) e ainda por cima comerem pedaços de um delicioso nabo cru. Diliça! Tudo isso regado a muito álcool, como não poderia de ser, afinal são universitários.

E o que faz dessa coisa toda me trazer a ideia de comportamento universal de estudantes?! Vendo e depois participando do cortejo me lembrei dos meus velhos, saudosos e bem aproveitados tempos de CORSO, no Tusca, onde a gente (eu e minhas amiguinhas arroz de festa) corria loucamente pelas ruas de São Carlos, atrás do trio elétrico, cantando os lemas da Unesp Bauru. A diferença é que aqui não tem trio elétrico, pelo menos na Latada, mas os gritos de guerra e afins tem também.

Saindo do momento nostalgia, e retornando ao cortejo de ontem... o povo chega ao fim do percurso já fora do seu juízo perfeito, e então são encaminhados para o rio, onde os veteranos pegam penicos e batizam a bixarada. Alguns calouros chegam até a pular no rio, isso mais ou menos entre às 19h e 21h, lembrando que aqui na Europa já é outono, e as temperaturas nesse horário estão sempre abaixo dos 15°C.

E o que tudo isso significa?! Batizado! Esse é o momento que os sentem-se oficialmente parte da universidade e do espírito universitário. É mais ou menos aquela sensação do nosso primeiro Interunesp, primeiro TUSCA, ou qualquer outro evento em que sentimos o espírito universitário até o último fio de cabelo.

Ah, mas tem uma diferença gritante: o cortejo passa, e logo atrás vem o caminhão do lixo e outro da limpeza recolhendo toda a porcariada e deixando a cidade intacta. No rio, enquanto rolam os batizados, há botes salva-vidas navegando pelos arredores, tudo para garantir que nenhuma tragédia aconteça. É muita organização! (Europa, benhê!)

Enfim... é isso... só queria compartilhar essas minhas conclusões com vocês!

Agora vou fazer meus trabalhos que a lista de tarefas tá ficando cada vez maior! (Nisso, os professores da UC não lembram em nadas meus queridos professores coxas da Unesp... to ferrada!).

Beijosss,

Tchau!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Fazendo compras!

Depois de passar uma semana dormindo com um moletom em cima da blusa do pijama, meias até o joelho + meias de lã sob o pijama, tomei vergonha na cara e saí em busca de um edredom, entre outras coisinhas para equipar meu lar. Como anfitriões do supermercado, tive uma família portuguesa prima de uma amiga da minha mãe.

Fomos a um hipermercado daqui até que grande, viu! Para escolher o edredom foi um parto: aqui tem edredom de aquecimento, edredom de colocar no colchão e por fim edredom tipo o nosso mesmo, que, logicamente, foi o mais difícil de achar. Paguei a bagatela de 16 euros no meu novo edredom, dupla face! Aproveitei a pegada cama-mesa-banho e comprei um travesseiro também. Aí comprei leite do tipo meio gordo, que é que nem um semi-desnatado, paguei 49 cents em cada.

Quando cheguei na parte de produto de limpeza, quase caí pra traz com o preço do sabão em pó, que aqui é líquido. Na faixa de 10 euros, e é tudo embalagem tamanho família!!! Fora que tem tanta especificidade para o raio do sabão que eu tive que chamar a mãe da família para me ajudar. Outra coisa que fiquei passada foi o preço do esmalte, que aqui tem o nome de verniz. Sério! Custa em média 6 euros um vidrinho de esmalte!!! Só pode ser de ouro! Façam a conversão!!! É um absurdo! Diante disso estou inaugurando a campanha: doem esmaltes a Nat Bin! É só me mandar um e-mail que eu passo meu endereço completo, rs! Aliás, não é só esmalte que é caro aqui não: xampu, sabonete, é tudo um roubo! Por isso que os portugas tem fama de serem meio... é... abafa!

Em compensação, produtos eletrônicos/eletrodomésticos são uma pechincha!!! A ver pelo meu celular, que me custou 9,90 euros. Nessa faixa também angariei um secador de cabelos: 9,99 euros! Adoooro!

Minha próxima compra será um novo carregador de pilhas para minha câmera, ou uma câmera nova, quem sabe! Sonhar não custa nd, né... Mas hj por um milagre minha câmera funcionou por 5 min! Sendo assim deixo vcs com uma foto da vista da janela do meu quarto!

Beijo! E como se diz por aqui,

Adeuzinho!!!

domingo, 24 de outubro de 2010

Colecionando micos...

Agora que eu já expus minhas primeiras impressões sobre os portuga, vou contar algumas peripécias da minha PÓpria pessoa. Desde que cheguei aqui, ando colecionando micos...

Um guaraná, por favor!

O primeiro foi na inocência... simplesmente cheguei no McDonald’s super querendo um lanchinho, fiz o meu pedido... e um guaraná!!! O atendente: “como?! Uma cola?!”. Aí eu: ah é, uma cola! Porque aqui não tem guaraná! Não no McDonalds, pelo menos!

Abre a porta Mariquinha...

O segundo foi aquele que eu já compartilhei... a porta do apartamento! Eu não conseguia de jeito nenhum abrir a porta do apê, logo que me mudei... A primeira vez toquei a campainha do vizinho, implorando por uma ajudinha! Ele fez uma forcinha e conseguiu! Eu agradeci, ótimo! Na segunda vez, com vergonha de importunar o vizinho novamente, simplesmente fiquei sentada na escada do prédio, esperando alguém aparecer! E não é que meu vizinho salvador super apareceu?! Ele abriu a porta e depois me disse “tem que comer mais picanha!”. Posso?! Finalmente, os portuga daqui de casa apareceram e me ensinaram o macete da porta! Huhu!

Toalha voadora

O meu terceiro mico foi do tipo COLOSSAL. Aqui pelas redondezas portuguesas, o povo tem mania de fazer varal pra fora do apartamento, na pegada do cortiço. Chiquérrimo! Aí a espertona foi pendurar a toalha no varal, e, no dia seguinte, quando fui recolher a toalha, cadê ela?! Tinha voado, simplesmente! Foi parar na laje da casa vizinha. E para eu pegar?! Operação resgate, já! Comecei a fazer gambiarras para tentar resgatar minha tão nobre toalha de banho. A tiazinha da limpeza, por sorte, chegou bem nessa hora e me deu uma mãozinha. Emendamos o cabo da pá de lixo no cabo do rodo, amarramos uma cordinha de varal na super vara improvisada, eu subi na cadeira, me pendurei na janela, e só assim consegui pescar a minha toalha de volta. Foi um mico, tipo ridículo, mas eu resgatei a minha querida e amada toalha! Iuuupiii!

Tem mais uns e outros miquinhos, mas resolvi fazer só um TOP 3! Logo volto com mais episódios, agora que estou novamente conectada!

Fui!

Primeiras impressões no além-mar...

Chegue em Portugal no dia 14 de outubro de 2010. Desembarquei em Lisboa e peguei um "comboio" para Coimbra.

Minha primeira impressão de Coimbra foi algo do tipo: “Meu Deus que cidade velha! Um museu!”. Realmente, a cidade é bastante velha. Logo que cheguei fui dar uma volta para conhecer a redondeza. Tive a sorte de encontrar no hostel um brasileiro que já morou por aqui, e ele me serviu de anfitrião. Andamos pela região do centro. Em alguns momentos achei a cidade simpática, charmosinha. Em outros, lembrei-me de filmes de terror, onde há aquelas casas caindo aos pedaços, vielas mal iluminadas, além dos casarões e estátuas antigos espalhados por todo canto. Entre cansativos sobe-e-desce (aqui são muitas ladeiras) conheci um pouco da cidade.

No segundo dia, levantei cedo e fui às aulas. Em um aspecto, a Universidade de Coimbra me lembrou a Unesp: o professor não apareceu. Acho que é típico de universidade pública, deve ser um combinado universal, sei lá. Fui então resolver algumas burocracias de aulas, uma chatice só, mofei esperando para ser atendida na secretária da pós-graduação da Faculdade de Letras e na secretaria geral da universidade. A tarde fui para minha aula, cheguei atrasada por conta das raízes que criei na secretaria geral, e tive que sentar logo na primeira cadeira. O professor resolveu pegar no meu pé, perguntando o que eu achava de tudo. Foi um parto, até ele entender que aquela era a minha primeira aula e eu não achava nada sobre coisa alguma. Ao final da aula, descobri que já havia trabalho para fazer. Nesse aspecto, a UC não me lembra a Unesp! Na verdade, eu deveria entregar aquela tarefa na aula, mas como cheguei atrasada e perdida no mundo, a professora (a disciplina tem dois professores!) deixou que eu e outros perdidos entregássemos por e-mail até domingo! Que bom!

A noite, encontrei outro brasileiro, e saímos juntos a explorar a cidade em busca de um quarto para chamar de “lar”. Fui à outra parte da cidade, Celas, e fiquei surpresa. Lá sim tem cara de cidade civilizada, e não de museu a céu aberto. As ruas são todas asfaltadas, e não cheia de pedras (tipo paralelepípedos) como nos arredores da universidade, tem muitas lojas (todas fechadas por já ser noite) e muitos predinhos com cara de lar. Rodamos, rodamos, rodamos, fizemos muitos telefonemas e naaada. Como é duro chegar depois que todo mundo.

No sábado, minha primeira missão foi caçar um celular. Fui ao comércio da cidade. Por incrível que pareça foi fácil encontrar a loja, o celular e o chip. Tudo me custou 9,90 euros, uma pechincha! Com meu celular em mãos, saí ligando para um monte de anúncios de quartos para “arrendar”. Não encontrei nada. Então saí sem rumo pela cidade, a vagar. Sem mais nem menos, encontrei um anúncio em um predinho simpático bem próximo à universidade. Liguei e a senhoria disse que ainda estava desocupado e que poderia me mostrar. Pois bem, visitei o apê (que tem mais 3 moradores, todos portugueses) e o quarto. Bem iluminado, com móveis relativamente novos... aquilo sim tinha cara de lar. Fechei negócio, oras pois!

A noite saí para comemorar a conquista da minha morada com um alemão doido que estava no hostel. Saímos de bar em bar, tomamos uma caipirinha (que não chegas aos pés da brasileira) e ainda emendamos numa disco, porque o tal do alemão parecia não ver fim na noite. Foi bem estranho. Eu virei uma espécie de tradutora para o tal do alemão. Com ele eu arranhava o inglês e saía perguntando tudo em português para obter informações pela cidade, e depois tinha que traduzir tudo para o inglês, para o alemão entender. Minha cabeça deu um nó a princípio, mas consegui me comunicar. Por fim, voltei ao hostel sozinha, já que o alemão queria ficar na night até o amanhecer, e eu tava mais é cansada e com sono. Na verdade, é muito sem graça sair de balada sem os seus amigos, companheiros de todas as horas. Como vocês meus amigos fazem falta, se pudesse teria trazido todo mundo comigo. #saudade.

No domingo fiz a minha mudança. Estou com um pequeno problema com o meu apartamento novo: eu não consigo abrir a porta! Tem que ter muita força e um jeitinho especial para destrancar a fechadura, de modo que meu vizinho ao lado me salvou duas vezes, já.

Arrumei todo o quarto, fiz o trabalhinho para enviar a professora, e escrevi uma carta de apresentação para os meus companheiros de apê, que estavam viajando.

A noite chegaram os portugueses, dois garotos e uma menina. A princípio não deram muita bola para minha carta, a menina se trancou no quarto, eu descobri que não temos internet, que cada um tem o seu 3G (menos eu, é claro!) e fiquei inconsolada por não poder conversar com a minha família e amigos. Só para aderir a moda, tranquei-me no quarto também. Pelo menos ele é muito simpático, o quarto.

Na segunda-feira dormi boa parte da manhã (recuperei o sono atrasado dos últimos dias), almocei na cantina da universidade, sozinha, pra variar, e fui caçar um supermercado. Comprei o básico para me alimentar. De lá tentei voltar ao meu apartamento, mas desisti de entrar porque não consegui abrir a porta e não tinha ninguém para abrir para mim, e fui ver um quarto p/ o meu amigo brasileiro, que neste momento está a explorar a Espanha. O quarto é do tipo quarto-porão, com uma micro-janela a dois metros de altura. A senhora dona da casa, por sua vez, é muito simpática e fala pelos cotovelos. E eu fiquei ouvindo, fazendo uns “ãhans” de vez em quando. Na saída, ela me apresentou uns brasileiros que moram ao lados, e aí sim me senti em casa. Nunca imaginei que ficaria tão feliz cada vez que descubro um brazuca por aqui! Ficamos jogando conversa fora ali na rua mesmo, e foi muito bom. Por fim, voltei para o apê, por um milagre divino consegui abrir a porta (não sem demorar uns 15 minutos para tal). Consegui engatar uma conversa louca com os irmãos portugueses e a namorada ou peguets ou sei lá o quê de um deles: ficamos umas duas horas falando sobre novelas, comida e música brasileira. Foi muito engraçado, eles são bem legais, me senti mais a vontade. Descobri um ponto interessante para desenvolver conversas com os portuga: novela!

Enfim... esse foi meio que o relato dos meus primeiros dias por aqui... logo + tem +!

Saudades de todos!

Beijo-fui!