domingo, 24 de outubro de 2010

Primeiras impressões no além-mar...

Chegue em Portugal no dia 14 de outubro de 2010. Desembarquei em Lisboa e peguei um "comboio" para Coimbra.

Minha primeira impressão de Coimbra foi algo do tipo: “Meu Deus que cidade velha! Um museu!”. Realmente, a cidade é bastante velha. Logo que cheguei fui dar uma volta para conhecer a redondeza. Tive a sorte de encontrar no hostel um brasileiro que já morou por aqui, e ele me serviu de anfitrião. Andamos pela região do centro. Em alguns momentos achei a cidade simpática, charmosinha. Em outros, lembrei-me de filmes de terror, onde há aquelas casas caindo aos pedaços, vielas mal iluminadas, além dos casarões e estátuas antigos espalhados por todo canto. Entre cansativos sobe-e-desce (aqui são muitas ladeiras) conheci um pouco da cidade.

No segundo dia, levantei cedo e fui às aulas. Em um aspecto, a Universidade de Coimbra me lembrou a Unesp: o professor não apareceu. Acho que é típico de universidade pública, deve ser um combinado universal, sei lá. Fui então resolver algumas burocracias de aulas, uma chatice só, mofei esperando para ser atendida na secretária da pós-graduação da Faculdade de Letras e na secretaria geral da universidade. A tarde fui para minha aula, cheguei atrasada por conta das raízes que criei na secretaria geral, e tive que sentar logo na primeira cadeira. O professor resolveu pegar no meu pé, perguntando o que eu achava de tudo. Foi um parto, até ele entender que aquela era a minha primeira aula e eu não achava nada sobre coisa alguma. Ao final da aula, descobri que já havia trabalho para fazer. Nesse aspecto, a UC não me lembra a Unesp! Na verdade, eu deveria entregar aquela tarefa na aula, mas como cheguei atrasada e perdida no mundo, a professora (a disciplina tem dois professores!) deixou que eu e outros perdidos entregássemos por e-mail até domingo! Que bom!

A noite, encontrei outro brasileiro, e saímos juntos a explorar a cidade em busca de um quarto para chamar de “lar”. Fui à outra parte da cidade, Celas, e fiquei surpresa. Lá sim tem cara de cidade civilizada, e não de museu a céu aberto. As ruas são todas asfaltadas, e não cheia de pedras (tipo paralelepípedos) como nos arredores da universidade, tem muitas lojas (todas fechadas por já ser noite) e muitos predinhos com cara de lar. Rodamos, rodamos, rodamos, fizemos muitos telefonemas e naaada. Como é duro chegar depois que todo mundo.

No sábado, minha primeira missão foi caçar um celular. Fui ao comércio da cidade. Por incrível que pareça foi fácil encontrar a loja, o celular e o chip. Tudo me custou 9,90 euros, uma pechincha! Com meu celular em mãos, saí ligando para um monte de anúncios de quartos para “arrendar”. Não encontrei nada. Então saí sem rumo pela cidade, a vagar. Sem mais nem menos, encontrei um anúncio em um predinho simpático bem próximo à universidade. Liguei e a senhoria disse que ainda estava desocupado e que poderia me mostrar. Pois bem, visitei o apê (que tem mais 3 moradores, todos portugueses) e o quarto. Bem iluminado, com móveis relativamente novos... aquilo sim tinha cara de lar. Fechei negócio, oras pois!

A noite saí para comemorar a conquista da minha morada com um alemão doido que estava no hostel. Saímos de bar em bar, tomamos uma caipirinha (que não chegas aos pés da brasileira) e ainda emendamos numa disco, porque o tal do alemão parecia não ver fim na noite. Foi bem estranho. Eu virei uma espécie de tradutora para o tal do alemão. Com ele eu arranhava o inglês e saía perguntando tudo em português para obter informações pela cidade, e depois tinha que traduzir tudo para o inglês, para o alemão entender. Minha cabeça deu um nó a princípio, mas consegui me comunicar. Por fim, voltei ao hostel sozinha, já que o alemão queria ficar na night até o amanhecer, e eu tava mais é cansada e com sono. Na verdade, é muito sem graça sair de balada sem os seus amigos, companheiros de todas as horas. Como vocês meus amigos fazem falta, se pudesse teria trazido todo mundo comigo. #saudade.

No domingo fiz a minha mudança. Estou com um pequeno problema com o meu apartamento novo: eu não consigo abrir a porta! Tem que ter muita força e um jeitinho especial para destrancar a fechadura, de modo que meu vizinho ao lado me salvou duas vezes, já.

Arrumei todo o quarto, fiz o trabalhinho para enviar a professora, e escrevi uma carta de apresentação para os meus companheiros de apê, que estavam viajando.

A noite chegaram os portugueses, dois garotos e uma menina. A princípio não deram muita bola para minha carta, a menina se trancou no quarto, eu descobri que não temos internet, que cada um tem o seu 3G (menos eu, é claro!) e fiquei inconsolada por não poder conversar com a minha família e amigos. Só para aderir a moda, tranquei-me no quarto também. Pelo menos ele é muito simpático, o quarto.

Na segunda-feira dormi boa parte da manhã (recuperei o sono atrasado dos últimos dias), almocei na cantina da universidade, sozinha, pra variar, e fui caçar um supermercado. Comprei o básico para me alimentar. De lá tentei voltar ao meu apartamento, mas desisti de entrar porque não consegui abrir a porta e não tinha ninguém para abrir para mim, e fui ver um quarto p/ o meu amigo brasileiro, que neste momento está a explorar a Espanha. O quarto é do tipo quarto-porão, com uma micro-janela a dois metros de altura. A senhora dona da casa, por sua vez, é muito simpática e fala pelos cotovelos. E eu fiquei ouvindo, fazendo uns “ãhans” de vez em quando. Na saída, ela me apresentou uns brasileiros que moram ao lados, e aí sim me senti em casa. Nunca imaginei que ficaria tão feliz cada vez que descubro um brazuca por aqui! Ficamos jogando conversa fora ali na rua mesmo, e foi muito bom. Por fim, voltei para o apê, por um milagre divino consegui abrir a porta (não sem demorar uns 15 minutos para tal). Consegui engatar uma conversa louca com os irmãos portugueses e a namorada ou peguets ou sei lá o quê de um deles: ficamos umas duas horas falando sobre novelas, comida e música brasileira. Foi muito engraçado, eles são bem legais, me senti mais a vontade. Descobri um ponto interessante para desenvolver conversas com os portuga: novela!

Enfim... esse foi meio que o relato dos meus primeiros dias por aqui... logo + tem +!

Saudades de todos!

Beijo-fui!

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